" À dança dos parvos eu me uno, colocando-me na dianteira do
desfile, pois vejo ao meu redor uma montanha de livros que não leio e nem
consigo entender."
(A nau dos insensatos
- Sebastian Brant)
Batalhões inteiros sem armas
sem voz e sem comando
professores sem sala
operários sem fábrica
camponeses sem terra
não sabem contra quem lutar
o inimigo sabe se esconder
está disfarçado, de tocaia
na igreja, no clube, na festa
na escola, na família, na tv
exército de maltrapilhos
tristes, cegos e medrosos
ainda não aprenderam
nem se atreveram
o inimigo sabe se esconder
está disfarçado, de tocaia
na igreja, no clube, na festa
na escola, na família, na tv
exército de maltrapilhos
tristes, cegos e medrosos
ainda não aprenderam
nem se atreveram
a divisar e desnudar o inimigo
nem sabem que são soldados
não sabem que a guerra
é real, e irmãos estão morrendo
o inimigo avança a cada dia
e já está na porta de casa
o barco está afundando
o barco está afundando
e eles continuam cantando
jogam livros e bandeiras ao mar
acreditam em falsas promessas
não sentem os pés molhados
estão defronte ao monitor
convictos de ser esta
uma guerra de palavras
travada com o indicador
no aconchego da internet.
travada com o indicador
no aconchego da internet.