segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Mensagem de natal de um pretenso comunista



Eu não gosto de natal
Nem de papai noel
(Esse velho filho da puta)
Mas eu gosto das pessoas
E as pessoas gostam do natal
Parece que essa comunhão
De sentimentos e desejos
(Nem sempre sinceros)
Acaba tornando a cidade
Mais leve, tolerante
Os sorrisos mais fáceis
Uma quase-paz timidamente
Se desenha
(Mesmo que amanhã estejamos nos matando)
Mas a cidade é feita de tribos
E na minha tribo impera a harmonia
Na minha tribo impera a amizade
Na minha tribo impera a esperança
Na minha tribo
As pessoas são camaradas
E, paradoxalmente,
As pessoas gostam do natal
E eu gosto das pessoas
E do natal da minha tribo.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Cachaça



Em tudo que penso, ensaio, faço
Fica um resumo, uma essência
Fica o que de mim, destila a vida
Fica o que falo, leio, escrevo
Essa aguardente do coração
Esse mosto de cascas e sementes
Que embriaga quem se aproxima
É composto de livros e olhos
De letras, línguas e mentes
De lembranças (sementes)
E é curtido na vivência da palavra
Na errância do caminho
Nos calos da estrada
Na constância dos propósitos
No descrédito do destino
O que me faz caminhar
É sentir que o torpor, a embriaguez
Estão sempre a me levar

De volta ao começo...

A poesia fez que foi e acabou não "fondo"...

Camaradas,
Depois de longo e tenebroso in(f)verno intelectual, no qual pastavam juntos o cavalo descontente e a vaca carente, tentarei de nuevo mostrar mais alguma coisa procês. Nem sei se conseguirei, pois com essa porra toda acontecendo, a inspiração acaba indo para o beleléu. Vou usar esse blog, também como diário, ou semanário, ou mensário, ou o caralho, tentando, além de escrever um pouco de poesia, mostrar a merda em que se encontra minha cabeça, ou não se encontra, perdeu-se de vez...sei lá, vamos seguindo...