quarta-feira, 12 de setembro de 2012


VICENTE HUIDOBRO


ARTE POÉTICA 
Tradução de Anderson Braga Horta
Que o verso seja como uma chave
Que abra mil portas.
Uma folha cai; algo passa voando;
Quanto fitem os olhos criado seja,
E a alma de quem ouve fique tremendo.

Inventa mundos novos e cultiva a palavra;
O adjetivo, quando não dá vida, mata.

Estamos no ciclo dos nervos.
O músculo pende,
Como lembrança, nos museus;
Mas nem por isso temos menos força:
O vigor verdadeiro
Reside na cabeça.

Por que cantais a rosa, ó Poetas!
Fazei-a florescer no poema.

Somente para nós
Vivem as coisas sob o sol.

O Poeta é um pequeno deus.