sábado, 28 de novembro de 2009

Dois pequenos tesouros de Manuel Bandeira

O IMPOSSÍVEL CARINHO

Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo
Quero apenas contar-te a minha ternura
Ah se em troca de tanta felicidade que me dás
Eu te pudesse repor
-Eu soubesse repor-
No coração despedaçado
As mais puras alegrias de tua infância!


O ÚLTIMO POEMA

Assim eu quereria o meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intensionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação

2 comentários:

Drica disse...

"A paixão dos suicidas que se matam sem razão"

Somente os que têm a alma á flor da pele podem entender tal pensamento, assim como entendem "a razão dos suicidas".

Drica disse...

"A paixão dos suicidas que se matam sem razão".

Somente os que têm a alma a flor da pele podem entender a "razão dos suicidas".