São momentos, lembranças
Imagens que vem e vão
Como se estivesse folheando
Um velho álbum da memória
Eu, criança, ao deitar-me:
- Benção madrinha
- Durma com Deus
A escuridão do quarto era quebrada
Pela pequena lamparina
Flutuando no óleo sobre a água do copo
Aos pés da Virgem Maria
Tempos depois
A lamparina foi trocada
Pela imagem da Virgem
Dentro do que parecia ser
Uma pequena televisão
Madrinha agora simplesmente
Acionava o interruptor
Uma luzinha vermelha
Ao fundo a inscrição:
“Lembrança de Aparecida”
Cresci
A cama ficou pequena
A luzinha vermelha apagou-se
O quarto foi invadido pelo clarão
Da novela assistida na sala
E eu deixei de acreditar nos santos
"Todo escritor acredita na valia do que escreve. Se mostra, é por vaidade. Se não mostra, é por vaidade também." Mário de Andrade
domingo, 25 de julho de 2010
Imagens
Airton Mendes (07/2010)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Mano, vc é o cara!!!!
Nossa, arrepiou... vc naquele quartinho, pra mim, quase um santuário. Lugar de entrar descalço e de mãos limpas. Vc, aquele que merecia estar ali, agora eu vejo porque...passei a acreditar mais em santos depois do teu poema, rssss
É lindo, e falou muito fundo em mim. Acho que porque fui escolhida por Deus pra estar do teu lado, quero mais o que? Agradeço por isto, agradeço a vc.
Beijão. Te amo pra caramba e esta fase tua tá 10 mesmo, não pare nunca de escrever.
Lé
Airton,
Suas poesias sao muito expressivas. Elas produzem movimento. Sao cheias de imagens. cada palavra vibra com siluetas e fotografias na mente. Parabéns. Acho que voce sempre foi poeta e estava travestido de projetista e fresador. Agora você dá forma de imagens às palavras. Abraço da Nanci
Postar um comentário