sábado, 12 de abril de 2008

CONFIANÇA

Airton mendes
(12/2002)
Abra os braços
Feche os olhos
Fique assim, em pé
Feito Cristo Redentor

Agora, deixe o corpo cair
Para trás, lentamente,
Sem apoio, sem sustento
Eu, aqui, não te deixo machucar

Não me deixas machucar?
Como podes ter certeza?
E eu? Como posso?
Não podes! Deves CONFIAR

Devo? Devo! CONFIO?...
Não sei... É tão difícil...
Tu não és parte de mim ...
Não sentes Minha Dor

Ah! A Tua Dor...
É só tua, não podes partilhá-la.
E quem já chorou dor alheia
Senão quem Ama?

Amo! E não choro somente tua dor
Choro a dor dos desgraçados
Dos sem-teto, dos sem-caminho
Dos sem-amor

Choro a dor de todos
Meus irmãos
Carentes, maltratados,
Excluídos, execrados.

Creio ser esta
A dimensão maior do amor.
Não quero amor mesquinho
Entre quatro paredes,
Quatro cantos, quatro lados

Quero a plenitude do amor
O amor infinito, surreal
E sublime(por sê-lo)
O amor companheiro, bondoso, comovido,
Alegre e moleque,
Sapeca, arteiro e sem-vergonha

Enfim, o amor que,
Quando chega, torna a palavra confiança
OBSOLETA

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