domingo, 13 de abril de 2008

Porto

Airton Mendes
( Paraty, 26/12/2007)
No porto em que meu coração aporta
A saudade do porto anterior aperta
Mas a visão de novos mares aborta
O nascer da melancolia certa

No porto em que meu coração aporta
Novos amores me estão à espera
E o romantismo que do meu peito brota
Desembarca, se solta, se esmera

Eu, novato, humilde marinheiro
A navegar sem rumo nos mares da poesia
Encontrando em cada porto, um estaleiro
Com o barco para a travessia

Com ele me preparo para enfrentar
As tempestades e calmarias do caminho
Naquelas com os amigos posso contar
Nestas tenho que me virar sozinho

As tempestades não respeitam embarcação
Eu não as provoco, elas sempre existiram
Irrompem na vida, explodem no coração,
Corroem a alma, desonram os que fugiram

A calmaria, não se engane, é a solidão
Um bicho malvado, machuca por dentro
Às vezes se faz presente, às vezes não
Faz de seu peito sua morada, seu antro

E assim, neste navegar sem fim
Os mares do dia a dia vou singrar
Se o teu barco precisar de mim
O novato lá estará para ajudar

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